Entrevista com Rafaela Carvalho: sua relação com a escrita para além da profissão, vulnerabilidades que nos conectam e a força das palavras.

Entrevista com Rafaela Carvalho: sua relação com a escrita para além da profissão, vulnerabilidades que nos conectam e a força das palavras.

 

1- Rafa, como era sua relação com a escrita antes de ela se tornar sua profissão?

 Eu me emociono ao falar sobre escrita pois, quando olho para trás, vejo ela tão presente na minha vida. Nos momentos mais duros, a escrita foi uma grande companhia. Como alguém que ouvia os meus anseios. A escrita foi o caminho que encontrei para organizar pensamentos e sentimentos. Um lugar onde era permitido extravasar tudo o que era “muito”: aflições, dores, medo, saudades. No fim das contas é isso: a escrita me trouxe e ainda traz clareza. Da mesma maneira, nos dias mais felizes, foi escrevendo que eternizei detalhes no papel. Até hoje releio meus escritos de anos atrás e intimamente agradeço a Rafaela que registrou sensações e momentos que talvez teriam caído no esquecimento.

2- Como foi o processo de se reconhecer como escritora? Quando foi que você percebeu que essa seria sua carreira?

  É curioso pensar nos caminhos que a vida tem e no jeito que ela nos leva até onde precisamos chegar. Não planejei escrever profissionalmente. Não sou aquela que enche a boca para dizer desde pequena sonhava em escrever um livro. Seria lindo contar uma história assim, mas desonesto. Para ser sincera, a ideia de publicar um livro nem cruzava a minha mente. A carreira de escritora foi surgindo aos poucos. Comecei publicando crônicas em redes sociais como distração, como ferramenta terapêutica para mim e para as pessoas que se interessavam pela leitura. As publicações foram ficando mais frequentes, o público crescendo, até que a ideia do primeiro livro (60 dias de neblina) surgiu. Foi mais ou menos nessa época que me enxerguei “autora".

3- Você sentia dificuldade em cobrar pelo seu trabalho no início?

 Sim! Pois ao mesmo tempo que eu já tinha consciência de que era correto cobrar pelo meu trabalho, pelo tempo que dedicava à escrita, diversas vezes me via justificando essa conduta para outras pessoas, tentando apontar o óbvio. Acredito que, para além da dificuldade que muitas de nós, mulheres, sentimos de cobrar por um serviço ou produto, eu também enfrentava o dilema "hobby vs trabalho". Ou seja, eu gosto do meu trabalho! Eu tenho prazer em escrever! As mensagens que lemos pelo mundo são de que trabalho é algo chato. Como se trabalho e satisfação não pudessem caminhar na mesma avenida. Veja bem, não vou dizer que escrever é sempre prazeroso. Vivi fases em que a escrita se tornou a pedra no meu sapato. Porque ser uma escritora é bem diferente de ser a mãe que escrevia para extravasar. Já enfrentei dias difíceis  - profissionalmente falando. Mas apesar dos pesares, de forma geral, tenho absoluta adoração pela minha profissão! E é justamente esse amor que no início bagunçava a minha confiança para cobrar pelo meu trabalho.

4- Quais dicas você daria para quem está começando a trilhar o caminho da escrita?

 Escreva! Repito mil vezes: escreva! Escrever é o tipo de habilidade que requer prática. Dia após dia, após dia. A sua escrita de hoje será muito diferente da sua escrita de 2030. Mas essas diferenças só aparecerão se você sentar o bumbum na cadeira e de fato ESCREVER!

 5- Podemos perceber nos seus livros que você entrega muito de si e se abre com suas vulnerabilidades, isso com certeza demanda muita coragem. Você sente que essa entrega te conecta de uma forma mais íntima com suas leitoras?

 Completamente! As nossas vulnerabilidades enquanto mães, enquanto mulheres, enquanto GENTE, são muito similares. Penso que é até bobo não falarmos mais sobre elas. No fundo nessas vulnerabilidades moram assuntos, sensações e questionamentos que todos nós temos. Não falar sobre essas coisas não faz com que elas simplesmente parem de existir, apenas nos isola. Portanto, quando alguém arrisca verbalizar esse nosso lado tão humano, acontece esse encontro: autor e leitor. A gente se encontra em um espaço um pouco íntimo, um pouco sagrado, um pouco comum. É maravilhoso o elo que uma escrita mais sensível é capaz de construir. 

6- Você está prestes a lançar seu curso de escrita, conta pra gente: esse é um curso voltado apenas para quem quer escrever profissionalmente ou abrange outros públicos?

 Esse é um curso voltado para qualquer pessoa que escreve! É um curso para quem entende a força das palavras! Daquilo que escrevemos em uma mera mensagem de WhatsApp, em um e-mail de trabalho, em um convite de festa de aniversário, em uma carta que ficará de recordação para os filhos, ou em um livro! 

A escrita tem o poder de conectar ou desvincular. De trazer para perto ou criar um grande abismo. Todo mundo sabe que escrever nos ajuda a eternizar ideias e informações, mas quero também mostrar que a escrita pode e deve ser usada para eternizar abraços, esperança, coragem, incentivo. É possível passar uma informação, qualquer informação que seja, de dados sobre economia até recomendações médicas, com mais sensibilidade e humanidade. Essa é a mensagem principal do curso: estratégias e dicas práticas para regar palavras com humanidade!

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