Já fui muito tentada a viver a vida no modo “se”.
Funciona mais ou menos assim:
Você tem um enrosco e não sabe por onde começar a resolver. Então imagina que esse problema só poderia ser resolvido “se”.
Pra piorar o “se” é algo que você não tem, não pode conseguir agora e não há garantia de que terá um dia.
O meu “se” era um quintal.
Sempre quis criar meus filhos numa casa com quintal bem grande, cheio de plantas, grama, terra e “pé de fruta”.
Ah, se eu tivesse um quintal!
Menino irritado? Menino chamando pra brincar o dia todo sem parar? Menino triste? Menino que não dorme direito? Brinquedos espalhados pela casa?
Falta de quintal.
Se eu tivesse um quintal…
E veja que o problema não está em sonhar, planejar e trabalhar para ter um quintal. Mas é fácil fazer dele a solução mágica para questões que pedem minha presença, atenção e ação agora!
Quantas e quantas vezes achamos que nossa casa, nosso casamento e a educação dos nossos filhos só poderia melhorar "se". “Se” tivéssemos isso ou aquilo?
Eu creio que a sabedoria em tocar a própria vida é bancar nossas escolhas instalados na própria realidade que temos. Enquanto o sonho nos move para frente, a circunstância pede o nosso pé no chão. E um não anula o outro.
Eu queria tanto que meus filhos tivessem memória de uma infância vivida num quintal como eu tive.
Mas hoje, hoje a gente mora num apartamento. E não sei quando teremos um quintal (nem sei se teremos mesmo, afinal a vida é tão imprevisível). Mas sei que as melhores memórias da infância são construídas onde o coração da gente está. O coração dos meus filhos está aqui.
Então o meu não pode estar no quintal que não temos.
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Clique na imagem abaixo para ouvir esse texto narrado pela autora Rafaela Carvalho.
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Texto de Roseli Mendonça, autora dos livros "Meu corpo, meu corpinho!", "Uma surpresa na floresta" e "O Milagre da Vida". Clique aqui para comprar os livros.
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