“Eu não sei se conseguirei amar igual.” - o medo de toda grávida de segunda viagem. A resposta será direta, não tem outra forma de dizer: você não vai amar igual.
Amar igual é mais do que lenda, é simplesmente impossível. Cada amor conta uma história exclusiva, não não tem forma padrão e não é tamanho único. Boa parte do amor a gente molda aos poucos, constrói devagarinho.
Amor é o que acontece nas madrugadas, no silêncio, nas vírgulas, na descoberta da personalidade.
Amor é a cumplicidade no olhar. Olhar esse que só aquele filho tem, que não está disponível em nenhum outro rosto.
Amor é cheiro, são trejeitos, é a risada que pode ser escancarada, disfarçada, talvez silenciosa. É covinha ou bochecha lisa.
Amor é a preferência pelo livro de dinossauros, ou pela história do urso ou por personagens em quadrinhos.
Amor é pé com pé debaixo das cobertas, cafuné para uns, não me toque para outros.
Amor é o som da voz, é a onda que forma no cabelo, é o jeito de dar bom dia.
Amor é descobrir coisas em comum, se adaptar às diferenças e se descabelar nos opostos.
Amor é a série de buracos que nos jogamos juntos para resgatar um ao outro. As montanhas que escalamos lado a lado, no colo, no peito, arrastados, na marra, de mãos dadas.
A gente não ama igual. Jamais amaremos igual.
Amor de mãe é essa coisa louca que apesar de não ser idêntico, de não ter a mesma fórmula, é sempre na mesma dosagem.
Enorme e magnífico.
Nosso amor é como chama de vela, que acende outra, e mais outra, e mais outra. Que se transforma em diversas fontes únicas de luz, sem diminuir o tamanho, a cor ou a intensidade da primeira chama que se acendeu.
Amor de mãe é o impossível, é a multiplicação do infinito. Tem mil qualidades, mas nunca é o mesmo.
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