Conselhos para o puerpério:

Conselhos para o puerpério:

Mantenha um hábito seu.

O café na xícara favorita, sentada na cadeira de sempre, o banho no final do dia ou a maquiagem de manhã. Escolha uma velha mania e faça dela o seu momento.  Isso sinaliza ao seu cérebro que ainda existe um pedaço seu ali. Parece loucura, eu sei. Mas quando a vida sai dos trilhos, e é isso que a chegada de um bebê faz, a sensação de “quem sou eu?” é angustiante. Afinal, por anos você fez, agiu, vestiu, criou coisas que fazem parte do seu “eu”. E num estalar de dedos, tudo se foi. Ter algo familiar para se ancorar ameniza essa sensação esquisita.

Rede de apoio na dosagem certa.

Ter ajuda é maravilhoso, mas como quase tudo na criação de filhos, a dosagem importa. E muito. Pouco se fala sobre, mas o excesso de ajuda pode ser tão danoso como a falta dela. Pais e mães não nascem com o bebê. É preciso espaço (leia-se: água batendo na bunda) para essa construção. Ajuda sobrando, muitas vezes, faz mães inseguras e deixa pais em uma posição confortável demais para entrarem no círculo de cuidados do filho. Várias das habilidades e parte do vínculo surgem quando não temos opção, mas fazer o que precisa ser feito. Haverá medo, choro (do adulto e do bebê) e tentativas desajeitadas que futuramente serão piadas. Mas a autonomia e a coragem que ganhamos desses momentos nos salvam em situações futuras.

Equilíbrio entre se respeitar e se acomodar.

Tudo bem ficar na cama com o bebê, se é o que acha que deve fazer. Seu filho acabou de nascer e isso diz muito sobre vocês. Da mesma maneira, ao se sentir borocoxô demais, se obrigue a entrar no banho. Esteja atenta, pois quanto mais borocoxô, mais força a gente precisa para se levantar. Entre no chuveiro, lave o cabelo, troque de roupa, escove os dentes, passe desodorante, coma uma comida nutritiva de verdade. É o básico para estarmos bem e é inacreditável como passa batido. Portanto, observe com atenção a diferença entre se respeitar e se acomodar. Entre o repouso necessário e a preguiça de cuidar de si. É nesse equilíbrio que encontramos um puerpério mais calmo e mais ameno.

Filtre o que consome.

Fuja de conteúdo que aponta que absolutamente tudo é traumático, que você está arruinando a vida do seu filho logo de início e que somente fazendo, passo a passo, como estão dizendo seu filho se dará bem na vida. Leia com carinho: a formação de um ser humano é infinitamente mais complexa do que os posts de redes sociais fazem parecer. Os especialistas mais renomados do mundo não ousam ser simplistas assim. Em nome da sua saúde mental e da saúde mental do seu filho, não caia nessa arapuca.

Manter a noção do tempo.

O que você vive é transitório. Uma lacuna entre o já não sou somente mulher, mas ainda não sou tão mãe. Logo isso se encaixa melhor. E percebemos como esse espaço, esse vão na linha da vida, é precioso. E mesmo que hoje, com cheiro de leite, travesseiro e pijama usado, você não enxergue, eu te prometo que lá na frente ficará nítido. Você verá!

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Este texto foi retirado do livro "60 dias de Neblina: 3ª edição" da autora Rafaela Carvalho, clique aqui para comprar.
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