Quatro verdades que ninguém te conta sobre envelhecer.

1. O vigarista do xixi da madrugada:

Os filhos crescem, não são mais bebês, e você segue sem dormir uma noite ininterrupta. Uma pegadinha da vida adulta que costumo chamar de encolhimento de bexiga. Sério, só pode. Algo acontece depois dos 35 que você passa a acordar uma vez na madrugada para fazer xixi. Um desperdício total de tempo e sono. Sabe aquela sensação maravilhosa dos vinte anos, de ir dormir às 22h e só acordar babando às 7h? Pois bem, ficou nos vinte. Agora nem a sua bexiga te dá paz.

2. O drama das fotos da juventude:

As pessoas veem suas fotos de quando jovem e soltam comentários como: “Que linda! Que cabelão! Por que você não deixa o cabelo crescer como na foto? Fica ainda mais bonita.” E você pensa:
1) Adoraria. Mas meu cabelo nunca mais chegará nesse comprimento da fotografia. Agora ele cai e quebra muito antes.
2) Mesmo que eu compre uma peruca, esse efeito que você vê na foto
não é apenas o cabelo, amor. É colágeno com elastina mesmo. Banhados no bronze da cor do verão de quem não tinha vergonha na cara nem medo do sol. E recheados com o sono profundo de quem tinha uma bexiga descente e dormia a noite toda.

3. A arte de engordar com coisas absolutamente sem graça:

Eu lembro que a minha mãe comia arroz puro. Ela amava. Dizia que era a melhor coisa da face da terra: arroz recém-feito, ainda na panela. E eu, na abundância de quem emagrecia e engordava quando bem desejava, que não tinha atingido sequer a maioridade penal, afirmava cheia de certeza: “Eu? Jamais! Nunquinha que vou desperdiçar calorias e engordar comendo arroz. Que coisa mais sem graça!”
Fast forward para 2022: “Hummm, um arroz soltinho, temperadinho com cebola e alho, com um feijãozinho fresco”. O prato passa do meu lado, dá uma piscadinha; só de olhar já engordo meio quilo.

4. Os problemas se entrelaçam:

Estresse contribui para a queda de cabelo, que melhora com um sono reparador, que fica lascado por conta da bexiga velha enquanto você sente raiva porque engordou comendo arroz. É isso! Joia!

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Este texto foi retirado do livro "Não deixe a chama apagar" da autora Rafaela Carvalho, clique aqui para comprar.