Você é uma mãe humana.

Você é uma mãe humana.

Corre pelo mundo virtual materno um vídeo de uma gorila com seu filhote pendurado. E junto a ele, hashtags e textos exaltando a "maternidade real". Veja bem, "A" maternidade real não existe. Existem maternidadeS. E cada mãe vai viver a sua. Com suas lutas, glórias, limites, contextos e redes de apoio (ou falta delas).

É preciso falar de Puerpério. É preciso falar do lado B de maternar. Pois maternar é punk rock, é noite interrompida, é peito explodindo, é dificuldade para amamentar, é caos nas relações.

Mas falar sobre Puerpério e maternidade real é para criarmos espaços de troca e de pertencimento, fazer circular informação e, sobretudo, dividir a carga. É para trazer leveza.

Falar sobre Puerpério não pode virar competição de foto das olheiras mais fundas, de horas de carregamento de bebê, de tempo de amamentação.

É preciso acolher as dificuldades para criarmos caminhos mais suaves e justos. Caso contrário, pode ser um tiro no pé.

O seu bebê não precisa de uma mãe guerreira. Ele precisa de uma mãe humana e inteira. Ele não é um filhote gorila. E você, com seus instintos mamíferos super ativados, não é, e nunca será uma mamãe gorila. Você é um ser biológico, social, cultural e desejante.

Provavelmente você vai voltar a trabalhar quando ele estiver com quatro ou seis meses. Ou vai cuidar da cria e da casa. Diferente da gorila, sua pia fica cheia de louças, você tem que trocar fraldas, dar conta das questões amorosas, e de gente dando palpite.

É preciso falar de Puerpério para desconstruir a romantização da maternidade. Mas há que se ter cuidado para não romantizarmos o sofrimento materno.

Você não "tem que" aguentar tudo porque virou mãe. Você pode pedir ajuda. Você pode estar feliz e plena. Você também pode se arrepender. Você pode reclamar. Você pode contratar uma consultoria de sono (qualificada), se seu bebê acorda dez vezes à noite, e você tem que levantar às 6 para trabalhar.

Exaustão NÃO é sinônimo de amor.

Anota aí, coloca no post it no espelho, deixa de tela no celular. Não deixe NINGUÉM banalizar seu sofrimento. Você só precisa estar bem para ser a mãe que seu bebê precisa, ok?

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Esse texto foi escrito pela Camila Ramos, autora do livro "Desmanual Materno". Clique aqui para comprar. 

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