Se você escolheu ter filho único, pegue-o no colo, olhe sempre para o que há de melhor na sua escolha possível e seja feliz.

Talvez seu coração balance um pouco mais se seu filhote pede um irmãozinho. Mas essa é uma decisão que cabe apenas a nós, adultos, hein?! Ter um filho demanda responsabilidades que não podem ser transferidas para uma criança.

No mais, essa situação oportuniza um ensinamento precioso: um bebê não é um objeto para presentearmos alguém. Ele é uma pessoa e, como tal, precisa de muito cuidado, dedicação e respeito. Tudo que seu primogênito teve.

No fim das contas dessa matemática familiar maluca, quando estamos seguros, ficamos bem e nosso filho, também. Isso porque é na brecha da hesitação do adulto que a criança se angustia.

Porém, não procure sua segurança na certeza, combinado? O que a parentalidade quer de nós não é certeza, é coragem. Coragem de seguir com nossa segurança humana, demasiada-mente humana, sem garantias e cheia de ambivalência. Ter um, dois, três ou mais filhos é sempre uma aposta.

Siga, portanto, no embalo da coragem e da incerteza, com seu filho único, que é e te dá tanto. Eu te garanto que seus dias, mente e coração nunca mais ficarão vazios.

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Trecho retirado da carta às famílias que acompanha o livro infantil "Tanto", da autora Caroline Figueira. A carta é assinada pela psicóloga Camila Ramos.