Cabeça, olhos, nariz, boca. Braços, barriga, pernas.
De repente “florzinha”, “pepeca” ou “piu-piu”, “pintinho”. A todas as outras partes do corpo damos seus nomes reais, mas para as partes íntimas colocamos apelidos.
Seria isso errado?
Não necessariamente.
A reflexão que convido você a fazer é esta: por que o receio de chamar vagina de vagina e pênis de pênis?
Muito tem a ver com a educação sexual que recebemos, que para a maioria de nós foi repressora.
É como se essas partes estivessem ligadas apenas ao ato sexual e por isso não seria adequado dizer à criança que ela tem vulva, vagina ou pênis e testículos.
Daí a mãe, o pai, a tia, a professora, cada um dá um apelidinho diferente. Claro que não é por mal.
Veja que a nossa abordagem de educação sexual é que cria na criança sua percepção de mundo. Somos sua referência para significar as coisas ao seu redor.
Sendo assim, o mais adequado é que mesmo que você resolva usar apelidos, ensine também o nome correto das partes íntimas e também suas funções.
Nossos órgãos genitais são especiais tanto quanto qualquer outra parte do corpo.
Não são sujos, são importantes, pois tem função de eliminar xixi e cocô, por exemplo.
Um corpo em funcionamento ideal precisa da função desses órgãos.
Ajude seus pequenos a compreenderem adequadamente suas partes íntimas.
Isso ajuda a se protegerem contra informações distorcidas que outras pessoas vierem a dar sobre seus corpos.
Conheci um caso em que um adulto disse que o gatinho da menina queria brincar de receber cosquinhas. Ela prontamente respondeu: isso não é um gatinho e ninguém pode fazer cosquinhas nas partes íntimas.
Certamente essa criança recebe educação sexual adequada e está ancorada em informações que servem para sua proteção.
Lembre-se que para educar adequadamente a criança é preciso primeiro a reeducação dos adultos.
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