Quero começar o desmame: como saber se meu bebê já está pronto para ter a amamentação regulada?

Quero começar o desmame: como saber se meu bebê já está pronto para ter a amamentação regulada?

Tenho certeza de que já pensou mil vezes no assunto, em noites insones ou em dias em que seu filho parece um gremlin em que jogaram água após a meia-noite, ou ainda naqueles dias em que estamos fragilizadas e os pitaqueiros de plantão acertam nossa culpa em cheio, falando coisas sobre a criança estar grande demais para mamar, que por causa do peito ela é mimada, apegada demais, ou tantas outras violências disfarçadas de cuidado com as lactantes.

Se buscarmos as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), veremos que a recomendação de aleitamento materno é até os seis meses de forma exclusiva, ou seja, sem chás, água ou outros leites e alimentos, e em livre demanda, sempre que o bebê e a mãe acharem necessário. Após os seis meses, a recomendação é que o aleitamento se mantenha de forma continuada até dois anos ou mais, e essas recomendações se dão baseadas nas evidências científicas de que o sistema imune, o nosso último sistema a se formar, completa sua formação entre os dois e três anos.

O desmame é o término da amamentação. É um processo cujo tempo varia de dupla para dupla. Em geral, não deve ser forçado. Ele costuma ocorrer naturalmente após os dois anos de idade, sob a liderança da mãe. Se a mulher precisar ou quiser desmamar sem que a criança esteja madura para isso, é preciso que o processo se dê gradualmente, com muita paciência e compreensão. Não se recomendam métodos que tenham como finalidade alterar o sabor do leite ou façam a criança rejeitar o peito (Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, 2019). Além disso, o guia nos traz o seguinte conceito: “Cabe apenas à mulher e à criança a decisão final de manter a amamentação, até que ocorra o desmame naturalmente, ou interrompê-la antes disso. Essa decisão deve ser respeitada e apoiada por todos”. 

Talvez te ajude saber que o desmame é um processo gradual e que pode ter diversos altos e baixos: dias de luta, dias de glória, e que é necessário flexibilidade, pois, por mais que eu te passe técnicas que já funcionaram com centenas de mães, sua mãe deve ter te ensinado que você não é todo mundo, né?

Leia, se informe e adeque o que fizer sentido para vocês, no contexto familiar.

Junte paciência extra, se organize para poder dar mais atenção neste período, pois seu filho vai demandar, por isso, se possível, evite conduzir o desmame na mesma época de desfralde, entrada na creche, mudança de casa, etc.

Para te ajudar, eu vou listar alguns sinais de que o bebê já pode passar por processos de regulação na amamentação:

  • Tem mais de um ano;

  • Ele já se comunica bem, mesmo que ainda não fale tudo, entende pedidos e sabe se fazer entender;

  • Ele entende conceito de dia e noite;

  • Com outros cuidadores, ele fica bem sem mamar;

  • Ele fica pulando de peito em peito durante a mamada;

  • Ele aceita trocar mamada por brincadeiras/atenção/comida;

  • Não pede para mamar na rua ou em situações “difíceis”;

  • Se o bebê não mama, seu peito não enche/dói.

Quero que você tenha uma coisa em mente: desmame não é miojo! Não vai ser instantaneamente que você colherá resultados nas mudanças propostas. Tenha em mente que ele é um processo gradual e, como tal, precisa de paciência, prática e constância para a gente ir mudando a rotina com nossos filhos.

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Este texto foi adaptado do livro "Exaustão não é amor" da autora Cris Machado, clique aqui para comprar.
 
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